Como as agências utilizam o neuromarketing?

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Você já se perguntou como as agências de marketing acompanham as últimas tendências do mercado? Ou de que forma as agências usam o neuromarketing? E como as pesquisas neurológicas ajudam nisso? Embora o neuromarketing seja um campo relativamente novo, ele já está tendo um grande impacto na forma como o marketing é feito. Confira nesse post como as agências usam o neuromarketing para se manterem competitivas.

O que é neuromarketing?

Neuromarketing é um novo campo de marketing que usa a neurociência para estudar as respostas dos consumidores aos estímulos de marketing. Isto é, a pesquisa de neuromarketing pode fornecer insights sobre como as pessoas tomam decisões. Além disso, verifica quais fatores influenciam suas escolhas e que tipo de emoções elas sentem quando interagem com um produto ou marca.

Mesmo sendo um tema novo, o neuromarketing já teve um impacto significativo na indústria de marketing. Ao entender como o cérebro dos consumidores responde a vários estímulos de marketing, as agências podem criar campanhas mais eficazes que ressoam com seu público-alvo.

Como o neuromarketing funciona?

Para entendermos como o neuromarketing funciona, é preciso entender como o nosso cérebro funciona. O cérebro humano é composto por bilhões de neurônios que se comunicam entre si. Isso ocorre por meio de sinais elétricos e químicos. Assim, o cérebro é constantemente bombardeado com estímulos tanto de dentro do corpo quanto do ambiente externo. As informações são processadas no córtex cerebral, que é dividido em quatro lobos principais:

  • Frontal: responsável pelas funções executivas;
  • Temporal: envolvido na percepção e memória;
  • Parietal: responsável pelo processamento sensorial;
  • Occipital: responsável pelo visual processamento.

Entender sobre como o cérebro funciona ajuda profissionais de marketing a direcionar melhor sua publicidade. Obviamente, são criadas campanhas mais essenciais. Algumas pesquisas já mostraram que certos tipos de estímulos têm maior probabilidade de desencadear uma resposta no cérebro. Por exemplo, se uma empresa deseja aumentar o reconhecimento da marca, ela usaria publicidade direcionada ao córtex pré-frontal medial. Essa é uma área do cérebro associada à autoidentidade e à tomada de decisões.

Como as agências usam o neuromarketing?

As agências usam técnicas de neuromarketing para entender como os consumidores pensam, sentem e reagem a vários estímulos de marketing. Com isso, campanhas de marketing mais específicas são criadas. E o principal objetivo é atender as necessidades e desejos dos consumidores. Além disso, o neuromarketing pode ajudar as agências a avaliar o sucesso das campanhas de marketing. Assim como acompanhar as mudanças no comportamento do consumidor ao longo do tempo.

As agências podem utilizar o neuromarketing para atender melhor aos interesses de seus clientes. Porém, é difícil saber com precisão o que as pessoas querem, pensam ou sentem. Nesse sentindo, métodos convencionais não funcionam muito. Por exemplo, as pesquisas, que geralmente dependem de autorrelato, podem não ser confiáveis. O neuromarketing, por outro lado, oferece uma janela mais objetiva para as preferências e atitudes das pessoas. No geral, o neuromarketing fornece às agências uma ferramenta poderosa para entender os consumidores em um nível mais profundo.

Benefícios do neuromarketing

Decisões de compra melhores

Um dos principais benefícios que o neuromarketing oferece é a capacidade de tomar melhores decisões de compra. Isso ocorre porque o neuromarketing fornece informações específicas. É possível entender como as pessoas realmente reagem aos produtos e serviços. Ou seja, as informações são usadas para melhorar a decisão de compra dos usuários.

Experiências personalizadas para os clientes

As agências também podem usar a pesquisa de neuromarketing para criar experiências mais personalizadas para o cliente. Ao entender como as pessoas reagem a diferentes estímulos, as mensagens podem ser mais personalizadas para atrair clientes individuais. Essa abordagem é conhecida como “segmentação neurológica”. E inclusive, está se tornando cada vez mais popular à medida que as empresas se esforçam para se destacar em um mercado altamente competitivo.

Melhores campanhas publicitárias

A pesquisa de neuromarketing também é usada para melhorar campanhas publicitárias. Ou seja, ao entender como as pessoas respondem aos anúncios e publicações, as agências podem criar campanhas mais eficazes e mais bem direcionadas. Isto é, com maior probabilidade de resultar em conversões.

Desenvolvimento aprimorado de produtos

Usando técnicas de neuromarketing, as agências podem obter uma compreensão muito mais profunda de como as pessoas usam e interagem com os seus produtos. Através dessas informações, o design dos produtos pode ser aprimorado. Ou seja, eles se tornam mais fáceis de usar e com probabilidade de resultar em mais vendas.

Aumento das vendas

Outro benefício do neuromarketing é o aumento das vendas. Quando as empresas usam técnicas de neuromarketing, elas conseguem entender melhor o que os clientes querem e precisam. Isso pode ser usado para criar campanhas de marketing funcionais. E como resultado, com maior probabilidade de levar ao aumento de vendas.

Aumento do ROI

O neuromarketing fornece insights que levam a um melhor desenvolvimento de produtos e melhores decisões de compra. Dessa maneira, pode ajudar a aumentar o retorno sobre o investimento para as empresas e agências.

Técnicas de neuromarketing

Existem diversas técnicas de neuromarketing que as agências podem utilizar. Através delas, é possível saber mais sobre seu público-alvo e como eles reagem a vários estímulos de marketing. Algumas das técnicas mais comuns incluem:

  • Imagem de Ressonância Magnética Funcional (FMRI): Esta técnica mede a atividade cerebral rastreando as alterações no fluxo sanguíneo. Além disso, pode rastrear quais áreas do cérebro são ativadas em resposta a certas mensagens ou estímulos de marketing.
  • Eletroencefalografia (EEG): O EEG serve para medir a atividade elétrica no cérebro e rastrear os níveis de excitação e atenção. É usado para avaliar a reação do consumidor a diferentes tipos de mensagens ou conteúdo.
  • Teste de resposta implícita: Esse tipo de teste usa métodos indiretos. Um exemplo é medir alterações na expressão facial ou na frequência cardíaca para avaliar a reação do consumidores.
  • Rastreamento ocular: A tecnologia de rastreamento ocular mostra onde uma pessoa está olhando enquanto visualiza um conteúdo de marketing. Pode ser tanto um anúncio ou uma página de destino de um site. Com isso, é possível entender quais aspectos do conteúdo são mais envolventes para os consumidores. Dessa maneira, é possível saber quais elementos eles se concentram mais ao tomar decisões de compra.

Aplicando o neuromarketing no dia a dia

Existem várias maneiras pelas quais as agências usam o neuromarketing em seu trabalho. Além das técnicas de neuromarketing que já citamos, existem outros jeitos de usar essa ciência. Veja a seguir:

Storytelling

O storytelling é um dos elementos mais importantes do marketing. Através do neuromarketing, as empresas conseguem criar histórias mais relevantes. Outro ponto importante é entender por que certas histórias dão mais resultado do que outras. Ou seja, as histórias têm maior probabilidade de ressoar com seu público-alvo.

Gatilhos mentais

Os gatilhos mentais também são extremamente importantes. O neuromarketing auxilia as agências a identificar quais gatilhos são mais eficazes para seus consumidores-alvo. Por exemplo, os gatilhos emocionais podem ser coisas como música, imagens e até cheiros. Ao compreender como os cérebros dos consumidores-alvo reagem a esses gatilhos, as agências podem envolvê-los em um nível subconsciente.

Ancoragem de preços

A ancoragem de preços é um viés cognitivo que descreve a tendência humana de confiar na primeira informação que recebe (a “âncora”) ao fazer julgamentos. Por exemplo, você está pensando em comprar um carro e o vendedor lhe disse que o preço sugerido é de R$ 30.000. Provavelmente, esse número influenciará seu julgamento sobre o preço justo para o carro. Diversos estudos já confirmaram que os preços servem como fortes âncoras e podem influenciar nossa tomada de decisão.

Psicologia das cores

Uma das maneiras pelas quais as agências podem usar o neuromarketing é escolhendo determinadas cores. Existem cores que são conhecidas por produzir certos efeitos desejados. Por exemplo, o azul é frequentemente associado à calma e à confiabilidade. Já o amarelo está associado à felicidade e ao otimismo. Ao usar essas cores em seus anúncios, as empresas podem influenciar inconscientemente como os consumidores se sentem sobre seus produtos ou serviços.

Teste A/B

O teste A/B é uma prática comum no marketing e também pode ser usado em neuromarketing. Isto é, você mostra duas versões diferentes de um conteúdo para dois grupos diferentes de pessoas e vê qual versão tem melhor desempenho. Por exemplo, mudar a cor de um botão ou a posição de um elemento na página e ver qual opção os consumidores preferem.

Layouts

O layout das suas postagens ou do seu site influencia diretamente seus consumidores. Por exemplo, layouts circulares são mais propensos a incentivar os clientes a fazer compras por impulso do que layouts lineares. Já o layout das landing pages pode afetar suas taxas de conversão. Em geral, páginas com distâncias de rolagem mais curtas têm taxas de conversão mais altas do que aquelas com distâncias de rolagem mais longas. Isso ocorre porque é mais provável que as pessoas vejam o botão de call to action em uma página mais curta e não se distraiam com outros elementos na página.

Imagens e músicas

As imagens e as músicas também são utilizadas para influenciar as emoções dos consumidores. Estudos têm mostrado que imagens de pessoas tem um efeito positivo nos espectadores. No entanto, imagens de produtos tendem a produzir mais reações negativas.

Além das dicas visuais, as agências também usam pistas auditivas para influenciar as emoções dos consumidores. Certos tipos de música podem desencadear diferentes respostas emocionais nos ouvintes. Por exemplo, música de ritmo acelerado com uma batida forte pode aumentar a sensação de excitação. Já música de ritmo mais lento pode induzir uma sensação de relaxamento.

Desvantagens do uso do neuromarketing

Uma série de questões éticas já foram levantadas sobre o uso de técnicas de neuromarketing. Principalmente, no que diz respeito à manipulação das emoções dos consumidores. Aliás, também existe o risco de o neuromarketing ser usado para atingir grupos vulneráveis, como crianças ou pessoas com problemas de saúde mental. Alguns críticos até sugeriram que as técnicas de neuromarketing poderiam ser usadas por agências governamentais ou empresas para controlar e manipular pessoas.

Embora existam alguns riscos associados ao uso do neuromarketing, é claro que existem inúmeros benefícios. Quando usado com responsabilidade, o neuromarketing ajuda os profissionais de marketing e os consumidores. Com isso, é possível entender o que o consumidor quer e precisa. Dessa forma, são criados produtos e campanhas com maior probabilidade de ressoar com eles.

Exemplos de campanhas bem-sucedidas que usaram princípios de neuromarketing

Um exemplo bem conhecido é a campanha “Real Beauty” da Dove. A empresa usou técnicas de neurociência para desafiar as percepções negativas da aparência das mulheres. O objetivo foi aumentar a satisfação geral com sua aparência e mostrar as mulheres que eles são mais bonitas do que pensam.

Outro exemplo é a campanha “Fun Theory” da Volkswagen. A montadora usou a neurociência para mostrar que as pessoas são mais propensas a fazer algo se for divertido. Como resultado, eles criaram uma série de experimentos divertidos, como uma escada de piano. O objetivo era fazer com que as pessoas se comportassem de outras maneiras.

Por fim, temos a Coca-Cola. A marca usa o neuromarketing de uma forma muito interessante. A empresa queria ver como o cérebro das pessoas reagia ao ver seus produtos em anúncios. Então, ela criou uma máquina de ressonância magnética. Com essa máquina, a atividade cerebral das pessoas podia ser rastreada enquanto assistiam a comerciais de TV.

Embora alguns desses exemplos possam parecer um pouco exagerados, eles mostram o potencial do neuromarketing. E à medida que as agências continuam a encontrar novas maneiras de usar a neurociência no marketing, podemos esperar campanhas ainda mais fascinantes no futuro.

Conclusão

As agências usam o neuromarketing estudando como os consumidores reagem a vários estímulos. Com isso, entendem melhor o que os leva a tomar decisões de compra. Assim, campanhas de marketing e publicidade mais eficazes podem ser criadas.

Conta pra gente: você já fez alguma campanha publicitária utilizando princípios de neuromarketing?

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